Tinha pressa de crescer
Vontade de ser um homem,
Estava longe de saber,
Das angústias que o consomem.
Queria liberdade, ser emancipado
Grande como os meus amigos,
Para poder ir a todo o lado
Mesmo desconhecendo os perigos.
Uns anos volvidos aconteceu,
Parti rumo à aventura desejada,
Abandonei o que era o meu céu,
Para me perder numa encruzilhada.
Muitos anos depois, já adulto,
Constatei, que era imaturo ainda,
Que a meus pais devia prestar culto,
Pois eram a minha coisa mais linda.
De pouco me valeram os elogios,
Pronunciados por desconhecidos,
Porque sempre soavam frios,
Vazios e velozmente esquecidos.
De nada valeu essa liberdade,
Pois depois de uma vida passada,
O que queremos na verdade:
Esse pai querido, essa mãe amada.
Desejamos ser de novo meninos,
Voltar a poder dizer que os amamos,
E ter de volta seu carinhos, seus mimos.
Esse colo onde nos aninhamos.
Metemos o passado num arquivo,
E ansiosos não vemos chegar a hora,
De compartilhar nosso tempo
De nosso pais abraçar sem demora,
Mesmo que já sejam velhinhos,
Ou mesmo que já tenham partido,
Queremos voltar aos nossos ninhos.
Angel Charlie